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Lidar com problemas públicos complexos requer arranjos efetivos, explica professor em encontro sobre Reforma Administrativa promovido pela Comunitas

A Comunitas reuniu, ontem (17), importantes especialistas em uma conferência virtual para debater caminhos para a realização de reformas estruturantes para modernização da máquina pública – tema desafiador para os gestores brasileiros.

Estiveram presentes a diretora-presidente da Comunitas, Regina Esteves; o representante da Aliança para Lideranças de Impacto no Setor Público, Weber Sutti; a ex-secretária de Planejamento e Gestão do Estado de Minas Gerais, Renata Vilhena; a ex-secretária de Planejamento, Orçamento e Gestão do Estado do Rio Grande do Sul, Leany Lemos; a subsecretária de Gestão de Pessoas na Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão de Minas Gerais, Kênnya Kreppel, representando o secretário da pasta, Otto Levy; e o professor de Gestão Pública da Fundação Dom Cabral, Humberto Falcão.

O encontro integra uma das ações da Jornada Reforma Administrativa e Gestão de Pessoas, iniciativa liderada pela Comunitas em parceria com a Aliança para Lideranças de Impacto no Setor Público, que apoiará 12 municípios nos processos de reformas administrativas e iniciativas de melhoria de gestão de pessoas com o intuito de alcançar uma gestão mais eficiente e maior qualidade na prestação de serviços.

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“Nosso intuito com esse trabalho é oferecer aos gestores públicos municipais a capacidade de avançar, de forma mais eficiente e veloz, em pautas importantes para a perenidade da máquina pública”, explicou Regina, durante abertura do encontro.

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Em fala inicial, o professor Humberto Falcão explicou algumas razões que fazem das Reformas Administrativas uma das temáticas pertinentes no momento. Para ele, um dos motivos, e a natureza dos desafios públicos. “O grau de complexidade desses problemas está aumentando. Estamos vivendo uma crise por conta da COVID-19, e a partir de agora lidaremos com crises a todo momento, sendo esse o normal da gestão pública. E lidar com esses problemas públicos e complexos requer arranjos institucionais efetivos, inclusive por meio de arranjos entre diferentes setores”, considerou.

Renata destacou a importância do diálogo para avanço da pauta. “Não há como falar de uma jornada de transformação da gestão de pessoas se não houver uma comunicação aberta e transparente, envolvendo os servidores e os cidadãos. Ainda segundo ela, outro ponto fundamental é o papel da liderança pública – prefeito, governador ou presidente. “Precisamos de uma liderança forte e patrocinadora do cumprimento dos planos propostos. É fundamental que essa liderança seja um grande incentivador da capacitação e desenvolvimento dos liderados”, acredita.

Para Leany, três pontos são importantes para a construção de uma reforma eficiente: definir o escopo e os principais pontos que a reforma anseia atingir, evitando torná-la inalcançável; patrocínio político, pois, segundo a especialista, não há reforma exclusivamente técnica; e o entendimento que não há melhoria em serviços essenciais para a população se não houver melhoria nos processos de gestão de pessoas.

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“É possível fazer. Muitas vezes desanimamos, mas trabalhando as habilidades necessárias e montando uma boa equipe é crível. É um trabalho desafiador, mas é preciso cumprir a missão e deixar o legado. Isso é algo que o Brasil está precisando em todos os níveis”, disse a ex-secretária gaúcha responsável por implementar a Reforma Administrativa no Rio Grande do Sul.

Detalhado na nova publicação da Comunitas, Reformas e Gestão de Pessoas no Setor público, o trabalho realizado pelo governo gaúcho, com parceria da Comunitas, buscou reverter a queda do investimento público e aprimorar a qualidade dos serviços oferecidos à sociedade – a parte da reforma apoiada pela Comunitas tem previsão de impacto econômico de R$ 6 bilhões para os cofres do Rio Grande do Sul, ao longo de 10 anos.

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Já para Kênnya, um dos pontos mais importantes e desafiadores para as prefeituras que anseiam pela implementação de uma reforma estruturante é a interlocução entre os atores locais, pois essa aproximação é mais evidente em nível municipal. “É fundamental que os gestores públicos identifiquem e dialoguem com os principais atores impactados pela reforma desde o início do trabalho, pois essa proximidade local pode tanto tornar todo o processo mais fácil de avançar, quanto interromper sua evolução”, explicitou.

Clique no vídeo abaixo e assista ao encontro completo:

 

Sobre a Jornada

A Jornada Reforma Administrativa e Gestão de Pessoas é uma iniciativa liderada pela Comunitas, organização da sociedade civil que fomenta e fortalece um pacto coletivo entre setores para o desenvolvimento sustentável do Brasil, com parceria da Aliança para Lideranças de Impacto no Setor Público, uma coalizão formada pela Fundação Lemann, o Instituto Humanize, a Fundação Brava e o Instituto República.

A iniciativa ainda conta com uma publicação que sistematiza as experiências realizadas no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais – material este que servirá de base para a jornada.

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