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Eimicke: planejamento é um dos 4 pontos de um governo eficiente

O professor e diretor do Picker Center, o Centro de Educação Executiva da Universidade de Columbia, Wiliam Eimicke, apresentou, durante encontro do Juntos, nesta quinta-feira (14/01), ferramentas para o sucesso do planejamento estratégico para as cidades.

Eimicke elencou o planejamento como um dos quatro pontos fundamentais para um governo mais eficiente, ao lado de lideranças fortes, equilíbrio fiscal e medições de desempenho.

“Primeiramente, é importante reunir grandes líderes. Em seguida, é necessário cuidar das suas finanças pois, sem equilibrar as contas, você não consegue nada. Planejamento estratégico também é fundamental, você tem que estabelecer objetivos, ter uma visão sobre aonde ir. O último componente é a medição de desempenho, para saber se os passos anteriores estão sendo efetivos”.

Estavam presentes os prefeitos de Campinas, Jonas Donizette, de Limeira, Paulo Hadich, e de Corumbataí, Vicente Rigitano, secretários e gestores dos municípios que integram a rede do Juntos, além de parceiros empresariais e estratégicos. Também participou o diretor do Global Center da Universidade de Columbia no Rio de Janeiro, Thomas Trebat.

Olhar para o futuro

Em sua apresentação, o professor Eimicke falou sobre a importância do planejamento estratégico para refletir sobre o futuro das cidades.

“Ele mostra como as ações adotadas hoje podem fazer chegar nos objetivos de amanhã. Devemos tentar responder o que é mais importante para a organização, quais os valores queremos seguir, os caminhos a percorrer e o que faz dela especial. ”, afirmou.

Eimicke destacou a necessidade do debate sobre as forças, oportunidades, fraquezas e ameaças que podem beneficiar ou atingir uma organização – a análise Swot, traduzida para o português como Fofa.

“O planejamento é uma forma de dizer: sabemos o que estamos fazendo, sabemos para onde essa cidade está indo. E, para isso, é fundamental a análise Swot, um brainstorm amplo com as pessoas”.

Legitimidade

Após a palestra do professor de Columbia, gestores parceiros do Juntos relataram suas experiências na busca por um planejamento efetivo.

“Em janeiro, Santos completa 470 anos. Nossa ideia é apresentar um planejamento que contemple os próximos 30 anos da cidade, o Santos 500. O mais difícil nesse processo é identificar setores que representem a sociedade para dar legitimidade ao documento”, afirmou o secretário de Gestão de Santos, Fábio Ferraz.

O Santos 500 é um dos projetos do Juntos realizados na cidade, no âmbito da frente de Planejamento Estratégico.

Já em Juiz de Fora, houve no passado o engajamento da sociedade nesse sentido, mas não com força suficiente para superar disputas políticas.

“Tivemos um planejamento estratégico realizado no início da década de 1990, inclusive com um consórcio financiador. A elaboração do plano foi muito bem feito. Mas quando foi eleito um novo prefeito o trabalho foi descartado”, contou a secretária de Saúde do município da Zona da Mata mineira, Elizabeth Jucá.

O secretário de Planejamento de Curitiba, Fábio Scatolini, lembrou da importância de uma sociedade civil atuante na definição também das prioridades políticas.

“Universidade, empresariado, trabalhadores, servidores, todos têm que fazer parte disso. Em Curitiba, temos uma cultura de planejamento estratégico, muito focada, inclusive, em sustentabilidade, educação e mobilidade. O político que não estiver alinhado a isso será alijado do processo eleitoral”.

Na capital paranaense, também haverá frente de Planejamento Estratégico, com o apoio ao projeto Curitiba 2035. A frente também contará com a parceria e apoio técnico da Federação das Indústria do Estado do Paraná (Fiep) e do Instituto Arapyaú. A parceria foi anunciada durante o encontro por Alexandre Schneider, do Instituto Arapyaú.

Engajamento

Eimicke destacou as facilidades trazidas pelas redes sociais para o engajamento da sociedade. No entanto, reforçou a necessidade de o debate acontecer também com organizações representativas.

“Com a internet e as redes sociais, está fácil falar para as pessoas o que você quer fazer. O difícil é como organizar isso. A sociedade precisa estar engajada de forma regular. Pode ser por meio de ONGs, de associações, pode ser, também, um trabalho como o que a Comunitas faz”, disse.

O professor também ressaltou a importância do processo de construção do planejamento estratégico ser transparente para que o engajamento seja completo.

“As pessoas precisam refletir sobre algumas questões. Qual a coisa mais importante a ser melhorada? O que você faria para lidar com isso, do que abriria mão? De quanto dinheiro você precisaria e onde arranjaríamos esse dinheiro?”, afirmou Eimicke.

Juntos

O encontro sobre planejamento estratégico em Campinas foi realizado pelo Juntos pelo Desenvolvimento Sustentável, programa de aprimoramento da gestão e dos serviços públicos presente em 12 cidades brasileiras.

Campinas (SP), Curitiba (PR), Juiz de Fora (MG), Paraty (RJ), Pelotas (RS), Santos (SP), Teresina (PI) e Itirapina (SP) – em modelo de consórcio com Brotas, Corumbataí, Limeira e São Carlos, no interior paulista – integram a rede do Juntos.

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