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Estudo reforça representatividade da política pública como ferramenta de transformação

A pesquisa ouviu mais de 2 mil pessoas em todo o Brasil e 87% delas acreditam no protagonismo dos governos nessa empreitada

Os governos são considerados protagonistas na resolução de problemas sociais e ambientais para 87% de brasileiros entrevistados pela pesquisa Doação Brasil, realizada pelo Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS). A divulgação foi feita nesta quinta-feira (18), no Centro Ruth Cardoso, durante um encontro que reuniu organizações do terceiro setor.

De acordo com a pesquisa, 61% dos respondentes acreditam que a sociedade civil é responsável por resolver questões sociais e ambientais, 34% acham que isso deve ficar a cargo das empresas e 27% acreditam esse desafio é dever das Organizações Não Governamentais ou Instituições Sociais.

O dado reforça a representividade da política pública como um instrumento de mudança social, econômica e ambiental, nos âmbitos federal, estadual e municipal, mas apresenta também um dado importante, que é o empoderamento da própria sociedade civil como ativo de mudança, seguido por empresas e institutos.

Comparando o resultado à última pesquisa do Benchmarking do Investimento Social Corporativo (BISC), de 2015, realizada pela Comunitas, e que acompanha anualmente os investimentos sociais privados no Brasil, não por acaso as empresas estão otimistas em relação ao fortalecimento das parcerias com os órgãos governamentais. Das 337 organizações que respondem o BISC, 70% destacam o desejo de alinhar os investimentos sociais às políticas públicas e contribuir para melhorias na sua gestão. Além disso, quase toda a lista de motivos para isso é considerada como de importância muito alta ou alta.

Cerca de 80% dos projetos sociais desenvolvidos pelas empresas em 2014 foram realizados em parceria público-privada, confirmando a previsão do ano anterior de fortalecimento de trabalho conjunto com entre as duas esferas.

O papel das empresas na superação de problemas econômicos e sociais, portanto, mostra-se relevante, uma vez que enfrentam desafios crescentes em seus negócios para a melhoria do impacto social de seus investimentos. Esse fator, conforme mostra o BISC, demanda uma atuação em rede para o estabelecimento de novos padrões de colaboração que engajem não somente as iniciativas pública e privada, como a própria sociedade civil.

Os dados da Doação Brasil escalonam a percepção do brasileiro sobre o protagonismo de governos, empresas, sociedade civil e institutos na resolução de problemas sociais e ambientais do país e mencionam também o esforço compartilhado na conquista dessas metas. Para os respondentes, as ONGs são necessárias para ajudar a resolver essas questões, mas para isso dependem de doações da sociedade civil e de empresas para obter recursos e funcionar. Embora a representatividade governamental seja considerada pelos entrevistados como a principal ferramenta de mudança, todos os atores, portanto, estão diretamente envolvidos na superação desses desafios.

Juntos Pelo Desenvolvimento Sustentável

Foi justamente por perceber que o modelo de investimento social corporativo precisava ser inovado que, em 2012, a Comunitas criou o programa Juntos. Para isso, alguns dos maiores líderes brasileiros decidiram atuar em coalizão com o propósito de direcionar de maneira mais eficaz os seus investimentos voluntários.

O programa estimula o engajamento dos setores público, privado e da sociedade civil no desenvolvimento do país e tem como objetivo de tornar os resultados perenes, fomentar a governança compartilhada, fortalecer o controle social e assim possam contribuir na transformação da gestão pública.

Os projetos são desenvolvidos atualmente em 12 cidades e, para alcançar esses resultados, são divididos pelos pilares de gestão, inovação, fortalecimento, engajamento e hub de parcerias. Todas as ações são focadas na sustentabilidade para que elas possam ser continuadas e replicadas sem o intermédio da Comunitas. Uma das maneiras que a organização disponibiliza esses modelos é através da sistematização das boas práticas, que podem ser acessadas diretamente no site (clique aqui).

Doação Brasil

A pesquisa ouviu mais de 2 mil pessoas de todo o país entre os meses de março e abril deste ano, com idade acima de 18 anos, residente de área urbana e com renda familiar  a partir de um salário mínimo. O objetivo é conhecer o que a população brasileira pensa sobre filantropia, qual sua atitude e como se comporta com relação a doações para organizações sociais. A Doação Brasil apresenta diversos dados, identifica os fatores facilitadores e as principais barreiras que impedem um volume maior de doadores e doações e saber qual é o volume de recursos financeiros doados anualmente pela população brasileira. Confira toda a pesquisa aqui.

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