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Ações desenvolvidas em Pelotas tentam combater dados alarmantes divulgados pelo FBSP

A prefeitura pelotense, com o apoio do Juntos, apresenta novo modelo de segurança, com a intenção de romper o aumento significativo nas taxas de criminalidade; medidas já resultaram em queda de quase 20% no total de crimes.

Em 2016, o Brasil registrou exatamente 61.619 homicídios intencionais, o maior número já registrado na história do país – um crescimento de 3,8% em relação a 2015. Foram 437 policiais Civis e Militares vítimas de homicídio, um crescimento de 17,5% em relação ao ano anterior. Por latrocínio, 2.703 pessoas perderam suas vidas, significando uma ampliação de 50% entre os anos de 2010 e 2016. E mais: com 1.066.674 veículos subtraídos entre 2015 e 2016, o país tem 1 carro roubado ou furtado por minuto.

Todos esses dados fazem parte do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgados ontem (30) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Para ter ideia, o número alarmante de mortes equivale a uma bomba atômica por ano – referência às mortes provocadas pela explosão da bomba nuclear que dizimou a cidade de Nagasaki, em 1945, no Japão.

Mas existem locais iniciando os caminhos para mudar essa difícil realidade. A exemplo de Pelotas (RS), onde a prefeitura conta com apoio do Programa Juntos e parceria técnica do Instituto Cidade Segura no desenvolvimento do Pacto Pelotas pela Paz – iniciativa com objetivo de transformar a maneira como as administrações municipais lidam com a questão de segurança, ao reunir forças policiais, poderes legislativo e judiciário e a sociedade no combate à violência.

Foto: Prefeitura de Pelotas

Com apenas cerca de cinco meses de implementação, o Pacto já mostra inúmeros resultados positivos. Entre maio e setembro deste ano, o número de roubos a pedestres teve uma queda de quase 70%; o número de roubo de veículos caiu 60%; e roubo a estabelecimentos comerciais e financeiros de Pelotas teve diminuição de 16%. Pelotas ainda conseguiu reduzir em quase 70% o número de acidentes de trânsito com morte nas vias municipais, por meio de ações educativas que fazem parte do Pacto.

Sintetizando, nesse período, o total de crimes registrados na Polícia da cidade gaúcha – que englobam Ameaças, Roubos, Furtos, Crimes Sexuais, Lesões Corporais e Posse/Porte Irregular/Ilegal de Arma de Fogo – teve queda de quase 20%, saindo de 1.309 para 1.072, o menor número de registros em 48 meses.

 Quem sabe aqui a gente pode criar um exemplo de política pública que .pode ser difundido em todo o país 

Paula Mascarenhas

Os dados foram elaborados pelo Observatório de Segurança Pública de Pelotas (2017) – criado no âmbito do Pacto Pelotas pela Paz, para oferecer diagnóstico detalhado sobre a situação de violência no município – usando como fontes a AVANTE Brigada Militar e a Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul.

Para Alberto Kopittke, diretor-executivo do Cidade Segura, a iniciativa não é somente da prefeitura, sendo necessário que a cidade abrace a causa. “Não tem milagre, não será fácil, temos que ser realistas. Vai demorar tempo para vencer uma epidemia que começou 15 anos atrás, porém temos uma liderança que decidiu tomar à frente do assunto, juntando equipe e forças”, disse.

O Pacto Pelotas pela Paz foi dividido em cinco eixos com atividades integradas, metas definidas e acompanhamento da eficiência de resultados: Policiamento e Justiça, Prevenção Social, Fiscalização Administrativa, Urbanismo e Tecnologia. Além disso, trabalha focos como a redução do homicídio, redução dos números de roubo de carro, prevenção a roubo de pedestres e diminuição de casos de perturbação do sossego.

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