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11 anos de investimento social corporativo: qualificação, disseminação e aprendizado

por Patricia Loyola*

Que país queremos para o nosso futuro? Como podemos transformar a realidade atual em que vivemos? Como apoiar e impulsionar políticas públicas de qualidade? Essas perguntas permeiam a cabeça de todos os que trabalham com o campo de investimento social corporativo.

Há mais de 10 anos o BISC chegou para tentar construir, em parceria com importantes empresas, respostas para essas questões. O trabalho do BISC não é somente voltado para a construção de dados, mas, principalmente, para o estímulo de conhecimento e compartilhamento de boas práticas entre o grupo parceiro da pesquisa.

Para tal, o BISC segue, ano após ano, inovando ao inserir questões atuais e complexas no conteúdo, e, por meio de diferentes temas, aprofundando, ainda mais, assuntos inerentes ao investimento social corporativo.

A publicação está consolidada como uma das mais relevantes referências para o campo de investimento social corporativo e é fonte de pesquisa nas academias e entre executivos das áreas sociais e organizações do terceiro setor.

Em 2018 foram dois grupos de debates e diversas reuniões em organizações nacionais e internacionais para fomentar discussões e buscar respostas. O resultado disso foi a publicação da 11ª edição da Pesquisa BISC, que demonstrou que as 276 empresas, institutos e fundações empresariais parceiras da pesquisa investiram socialmente R$ 2,4 bilhões neste ano. O valor mantém a média dos anos anteriores, mas o destino tem lugar mais certeiro.

Isso porque a própria pesquisa demonstra a intenção dos negócios estarem cada vez mais ligados às suas cadeias de fornecedores, consumidores e beneficiários, alinhando-se às agendas internacionais e compreendendo o ambiente interno organizacional como fator estratégico para o engajamento de seus colaboradores na agenda de investimento e impacto social. A participação dos investimentos sociais no lucro bruto destas organizações foi na média de 0,87%, aproximando-se do padrão internacional de investimentos (0,94%, segundo levantamento do CECP).

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Desta forma, uma das principais conclusões que temos é o recuo dos programas de voluntariado, decorrente, em boa medida, da crise econômica, de reestruturações internas e de cortes de pessoal. Pudemos identificar que as parcerias público-privadas se encontram em compasso de espera. Em outras palavras, a conjuntura política do país e a nova regulação das parcerias explicam, em parte, a manutenção dos investimentos junto à órgãos públicos e a espera de definições mais concretas no campo político e institucional.

Ao longo desses anos foram muitas conquistas, dentre elas talvez uma das mais importantes da Comunitas: a criação do Programa Juntos, em 2012, resultado de dados do investimento social trazidos pelo BISC daquele ano que estimularam a criação de uma coalizão de empresários em prol de uma agenda pública.

Já para 2019, a Comunitas tem o objetivo de digitalizar a pesquisa, levando todas as informações colhidas durante esse processo para o ambiente virtual, alavancando a aplicação dos dados e o impacto que os estudos podem causar.

Isso porque, feito com e para empresas, a pesquisa tornou-se referência para àqueles que anseiam transformar os investimentos sociais em efetivas alavancas para desenvolvimento do Brasil. É com muito orgulho que acompanho o crescimento do BISC, e tenho certeza que juntos podemos transformar ainda mais!

 

*Patricia Loyola é diretora da Comunitas.

 

 

Este artigo foi retirado integralmente do relatório anual da Comunitas. Faça o download clicando aqui.

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